19 novembro 2006

“Como Aristóteles afirmou e a ciência moderna confirmou, o gosto de qualquer comida melhora quanto mais fome se tem. Mas, como confessei recentemente a meu médico, o qual me avisou que determinada pílula só devia ser tomada de estômago vazio, a última vez que meu estômago esteve vazio foi em 1978. Em minha ficha, ele rabiscou “hiperfagia”, o nome que os médicos conferem às pessoas que dão espetáculo na mesa”


Eu comprei O homem que comeu de tudo. Segundo o próprio, sobreviveu prá contar. Tou de olho nele desde que foi lançado em, 2000, acho, e hoje me arrependo de não ter comprado antes. Acabou de chegar e eu, gulosa, já comecei a introdução. (Não, o Nick Hornby nem tá na metade, mas eu sou uma ansiosa assumida e já comecei, oras. Já tenho três livros começados, contando Rubem Fonseca que larguei na página três, assim que chegou o Nick. Eu sou volúvel.)

Então que ele é deliciosamente irônico e engraçadíssimo, Jefrey Steingarten, crítico gastronômico da Vogue. Eu invejo gente assim, que recebe muitos dinheiros prá viajar, se hospedar em lugares excelente e comer do melhor que o local possa oferecer. E gente que ganhar prá conhecer os melhores spas do mundo, os lugares mais exóticos, as construções históricas....e eu penso o que uma pessoa assim faz prá merecer essa dádiva. Beleza, simpatia, conhecer outras línguas? Acho que são seres iluminados, sei lá, nessa horas fico pensado em carma. Eu nem acredito nisso, mas penso, nesses casos. Oras, só pode.

Bom, ele começa dizendo que, quando foi nomeado crítico da revista, ficou prostrado, e, assim, resolveu escrever algumas coisas sobre sua relação com a comida, entre elas comidas que ao tocaria nem se estivesse numa ilha deserta - suas fobias alimentares:
Insetos
Uma conserva coreana de repolho, gengibre alho e pimenta, que fica meses fermentando
Peixe-espada, segundo ele tem textura de um sapato de pregos
Anchovas: “Sou conhecido por atravessar a rua sempre que vejo uma anchova vindo em minha direção. Porque alguém decidiria conscientemente uma minúscula tira marrom de couro salgada e empapada de óleo?
Banha
Sobremesas indianas: tem gosto e textura de cremes faciais que pertencem à penteadeira, e não ao prato. Depois ele descobriu que nem todas: algumas tinham gosto e textura de bolas de tênis.
E mais: missô, chutney, ouriços-do-mar crus, mariscos, falafel, quiabo.

Eu não como, nem comeria:
Insetos e vermes, coisas como minhocas tostadas etc. essas nojentas e cruas comidas do tipo ‘No Limite’.
Miúdos em geral, miolo, língua (não é miúdo, né?), rins, bagos. Mas já comi muito fígado quando era criança.
Dobradinha: eu comia até 78, hoje não posso nem olhar.
Buchada de bode.
Sarapatel
Chouriço
Carne de gato nem de cachorro. Mas comeria coelhos, rãs, quem sabe até jacaré.
Ovo colorido de bar, ou aquelas salsichas...
Nem sei se conseguiria experimentar isso aqui. A Marcinha foi corajosa.
Não sei se comeria foie gras. Mais pelo pato do que pelo sabor. Deve ser bom


E você?? O que não comeria de jeito nenhum???

Me conte! Ou ponha no seu blog! :D
Ah, me lembrei de mais uma: galináceos ao molho pardo!!!

15 novembro 2006

Falando em cair a ficha do horário de verão (vide post-recado passado), a gente ainda fala "cair a ficha, voltar a fita, virar o disco, discar um número, queimar o filme", apesar de os cartões, DVDs, CDs, teclados e câmeras digitais já terem substituído todas essas coisas do século passado.

Não tenho paciência para poemas que começam (ou pior, continuam) com verbos no infinitivo. Nem para slogans que começam com "Porque" (do tipo "Nova Linha Dove para Cabelos Cescoloridos e Tingidos. Porque cabelos descoloridos e tingidos precisam de cuidados diferentes"). Nem para qualquer cena de TV e cinema com o fundo musical de Chariots of Fire ou Carmina Burana. Pô, pessoal, vamos ser mais criativos, né?

Esse recurso do MSN, "O que estou ouvindo", me dá uma sensação de Grande Irmão total. Eu sempre fico com a impressão que meu MSN vai avisar pra todo mundo de qualquer arquivo que eu abra, de quando eu entro no Internet Banking, de quando eu estou conversando assuntos particulares, de qual é a senha que estou digitando. Sério, muitas vezes eu sinto que todos sabem disso tudo

Ai, Sil, eu também, eu também!!.

14 novembro 2006

11 novembro 2006

Trinta dias de licença-prêmio. Prá descansar? Claaaro que não, claro. A empregada saiu uns dias de férias e eu tou até a tampa de trabalhos e provas na facul. Pois bem.
Num grito só eu tomei de assalto esse meu lar, que vive à revelia das minhas vontades, e agora governo, soberana e totalitária, de vassoura em punhos, descalça e de cabelo preso.
Os infiéis rebeldes, os maleitosos, os espalhadores de chinelos, os colocadores de copos usados na pia, os incapazes de repor papel higiênico, os deixadores de pegadas de barro no chão e manchas nas roupas, os largadores de toalhas molhadas na cama e roupas sujas em cima do cesto serão sumariamente decapitados.
Sim, em poucos dias de selvício de casa eu estou espalhando terror.
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Na quarta cedinho fui à feira, que começa na esquina da casa onde morei, logo que me casei. Mudei-me de lá há uns 14 anos. Fui atrás de uns limões decentes, que tivessem suco.
Tenho saudade da casinha apertadinha, da rua de paralelepípedo, da Dona Mimi, uma senhorinha vizinha e querida. Da janela que ficava na frente da pia da cozinha e que eu enchia de vasinhos de violetas que floresciam o ano inteiro, uma atrás da outra. Do Peter Pichorra, nosso fusca verde-azeitona.
Mas não tive um pingo de saudades da minha vidinha lá.
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Eu tirei 7,5 na prova de matemática!!!!!! \o/
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Eu cheguei pro professor de desenho, com essa cara de pau que eu tenho. Ando muito desavergonhada.
Trabalhos atrasados e tals e acho que eu deveria fazer recuperação especial no semestre que vem e muitos problemas e muitas faltas, eu sei e...e...
E eu queria que ele me dissesse: Olha, Lígia, realmente vc está muito atrasada, eu não quero saber dessa sua choradeira, vc não sabe pintar mesmo, vc não dá conta, vc e incompentente.
Mas ele disse: Olha, pega firme no cartaz do filme, o peso é 6, tem mais trabalhos prá frente, quem sabe vc não consegue nota suficiente. Perder assim a matéria...vamos lá!
Vamos lá, ele me disse e eu quero desistir. Eu não consigo fazer as coisas.
Não consigo.
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“E hoje eu me sinto feliz.
Não qualquer felicidade, mas a felicidade de saber o quanto eu tenho. Como sou rica. E como eu vou ficar triste quando isso passar...e eu começar a ter outros sonhos, outros descontentamentos...”
Mesmo?
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Comprei Uma longa queda, do Nick Hornby. Na fila do caixa abri uma página e, prá minha alegria, era exatamente na página do 2º trecho que eu transcrevi no post dali de baixo. Um sinal?
Adoro essas coincidências bobas.
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Não consegui colocar nem metade dos links que eu tenho, mas já comecei my del.icio.us, que deverá ser mais organizado. Aceito alegremente sugestões. De links e de organização também, visse?
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Não gosto de halloween. Já importamos a língua, os costumes também? A praga se espalha. Mas não, eu não gosto de festa importada que coloca crianças vestidas de monstros pelas ruas exigindo doces e ameaçando com alguma gracinha. Nem gosto de Natal com neve, papai-noel e duendes. Gosto mesmo é de festa junina, caipira, que tem raízes européias antiquíssimas, eu sei, mas é tão coisa nossa, cachaça, amendoim, chapéu de palha e milho. Pois não é que dia 31 de outubro toca a campainha e marido atende e volta rindo e assustado:
- Tem três bruxinhas na porta: doces ou travessuras? Tem alguma coisa prá dar prá elas?
- Ixi, tem não. Ah! Tem aquela bananada-cascão, corta uma fatia prá cada uma..ahahahahahahah..ôi que dó.
- Vou procurar alguma coisa.
Marido fecha a porta e volta. Rindo.
- O que vc deu prá elas?
- Travessuras.
- Como?
- Dei suas balas de gengibre. As ardidas.
- ...
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Fazia teeempo que eu não assava frango em casa. Mas acontece que Mariza me deu um maço de tomilho e eu amo tomilho. Na verdade ela me deu prá plantar, mas sabe como eu sou, né?
Prá marinar: suco de laranja, um pouquinho de mostarda, alho em fatias grossas, pimenta do reino, açafrão da terra (cúrcuma), pimenta calabresa, cheiro-verde e muuuito tomilho. O frango ficou amarelinho, dourado e ficou bom, viu? Isso fica bom mesmo com batatas, assando junto com o frango, mas eu tinha pouca batata e fiz maionese, mas maionese mesmo feita em casa, com ovo, óleo, limão e salsinha. Não faz mal, não, juro. Detesto maionese pronta.
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Noites cheias de pesadelos, uma mistura de silent hill, com o jogos mortais, com ER, com 007, com uns filmes do Almodóvar, com diários de motocicleta. Credo. Acordo cansada.
Aliás, agora dei prá acordar com os barulhos que acontecem nos sonhos.
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Eu fico puto!!!!!

Arte Postal. Você pode participar.
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