Olhe, eu não ia escrever sobre isso pois não sei mesmo me expressar. Mas resolvi que sim, vou falar sobre minha amiga que sofre de violência doméstica.
Porque nessa semana, depois de torturada por 40 dias pelo marido, depois de passar a noite em claro ouvindo merda e tomar banho e cerveja e apanhar, ela resolveu fazer o BO, não sem alguém ter que interferir. Exame de corpo delito. O marido o dia inteiro na frente do serviço assombrando a todos, ligando de meia em meia hora achando que ela se escondia no escritório, fazendo papel do palhaço que ele é. Deu viaturas de polícia e tudo o mais.
Eu nem vou falar dele, pois não vale a pena discorrer sobre o lixo que essa criatura é. Pois nem homem pode ser chamado. Isso acontece há tempos, essa violência. Ela já se separou, voltou. Ela não é uma coitadinha ignorante. Não.
Pois ela voltou novamente prá casa, junto com seu igualmente passivo filho de 18 anos.
Medo?
Medo?
Se fosse medo ela não voltaria. A coisa está além da minha capacidade de compreensão e todas nós, suas amigas estamos revoltadas demais.
Mas bastou de desgaste a semana toda e eu preciso me impor limites pois não dá prá ficar sofrendo por alguém..
Nem me prejudicando por quem não tem respeito nem por si próprio.
Está confusa a coisa, veja, mas analisando tudo que vimos ao longo de quase 15 anos de amizade com ela, essa é a conclusão.
O submetido permite o abuso. O submetido não se acha digno de ser livre.
Mil motivos podem tentar justificar isso.Mas a liberdade está ali, sim.
Está confusa a coisa, veja, mas analisando tudo que vimos ao longo de quase 15 anos de amizade com ela, essa é a conclusão.
O submetido permite o abuso. O submetido não se acha digno de ser livre.
Mil motivos podem tentar justificar isso.Mas a liberdade está ali, sim.
O dragão dormiu várias vezes, mas a princesa tem medo de sair e levar suas virtudes e seus vestidos de seda embora. Vai que o cavaleiro aparece e encontra a caverna vazia, né?
....
Eu não quero falar com ela na segunda, quando ela volta da licença médica. Eu não quero, pois sei que sei que vou magoá-la além do que ela já está.
Então eu me fecho na minha conchinha de mal-humorada, impaciente, egoísta, chatinha e tals.
Não me julgue mal, se eu pareço cruel, ou fria. Ou se pode parecer que a culpa é dela apenas. Ou me julgue, enfim.
Mas é que já deu, viu?
A cada dia basta o seu mal – um dia eu ainda vou aprender o sentido desse versículo.
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Eu não quero falar com ela na segunda, quando ela volta da licença médica. Eu não quero, pois sei que sei que vou magoá-la além do que ela já está.
Então eu me fecho na minha conchinha de mal-humorada, impaciente, egoísta, chatinha e tals.
Não me julgue mal, se eu pareço cruel, ou fria. Ou se pode parecer que a culpa é dela apenas. Ou me julgue, enfim.
Mas é que já deu, viu?
A cada dia basta o seu mal – um dia eu ainda vou aprender o sentido desse versículo.